Outro dia Anna escutou a música que não poderia escutar em um café qualquer em Copacabana. Entrou correndo e la´estava Caetano Veloso cantando e tocando violão, estava no verso “uma alegria pra sempre”. Foi o bastante para deixá-la sem norte. Todos os momentos, todas as brigas, pareceram tão insignifantes, foram todas provas de um insensato e imaturo amor. Que ali, naquele momento, olhando para o nada, em frente a garçonete, se perguntava aonde andava. O dela e o dele.
[...]
As vezes escuta a música, repetidas vezes, se fazendo sempre as mesmas perguntas. Por onde andaria os amores ditos tão grandes e tão esternos. Se ele de fato existiu um dia. Ela na gostaria de perguntar o que de fato aonde os dois se perderam um do outro. Mas para isso teria que ter mais do que coragem. Ela apenas não seria o bastante. Na verdade não sabia o que mais era necessário.
[...]
Você deseja alguma coisa? Pergunta a garçonete tirando-a do transe.
Hã? Ah! Sim, claro. Uma fatia de bolo de chocolate e uma Coca Zero.
Prontinho.
Obrigada.
O chão ainda não voltara para debaixo dos seus pés. A música já tinha acabado já alguns minutos. Não adianta, existem momentos em que as coisas se tornam mais fáceis e eficientes se as respostas não forem dadas.
Anna deu uma garfada no bolo e um gole na Coca Zero. Engoliu, finalmente.
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