quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Sentada com sua calça de malha cinza, sua camiseta branca sem maga, o cabelo um tanto quanto desarrumado e brilhando de suor por conta da musculação lá estava Anna sentada numa temakeria de bancos laranja em Copacabana. Estava em uma mesa baixa na calçada. De pernas cruzadas olhava o trio da mesa da frente: uma mulher gorda e loira irritada com alguém e falando as piores coisas possíveis desse ser humano que nem Deus sabe quem é que comia um sorvetão amarelo da sorveteria italiana; um homem que estava completamente de costas para ela concordava com tudo calado e tomava um nestea; e por último a outra mulher, um pouco mais magra, um pouco menos loira que abocanhava um koni de camarão.
Esperando seu koni de frutas percebe um homem. O homem mais bonito que já vira em sua vida. O mundo parou para observá-lo, só ele se movimentava freneticamente com uma caneta bic vermelha nas mãos. O homem branco, de cabelo graúna e extremamente comprido e camisa branca tinha o sorriso rasgado e olhos cor de mel. Estava acompanhado de dois amigos, um com cara de peruano [tinha cara de Pablo] e um outro que fumava com cara de nada. Ah! Ele tinha cara de tudo. Não se pode explicar tal visão, ele falando e anotando, sentado numa mesa atrás do trio fofoqueiro. Anna o olhava com cara de admiração, não sentia desejo, nem nada só queria guardar o êxtase de tal visão. Teve vontade de ir lá dizer o quanto seu rosto mudara sua vida, mas teve medo de parecer patética – ficou quieta.
Fez apenas o que poderia fazer: olhar. Até que ele percebeu sua simples presença e retribuiu os olhares como quem dissesse: Obrigada, entendi o que quis dizer. Mas Anna simplesmente não conseguia parar de olhá-lo e isso começou a causar um ar de riso no homem.
Coube a Anna a mudar de lugar e vê-lo de outro ângulo, não perderia a oportunidade de sugá-lo de todos os prismas possíveis. E assim o fez. Se lembrou de uma amiga, que certa vez viu uma mulher num cyber café e queria saber o nome dela. Anna também quis saber o nome dele, mas não perguntou. Essa sua amiga não descobriu, só que, ao menos, falou com a mulher.
Anna saiu andando para casa ainda extasiada pensando que sua amiga era mais corajosa que ela.

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