sábado, 8 de novembro de 2008

Juiz de Fora e eu - uma relação conturbada.

Posso dizer com convicção - uma das maiores ondas da minha vida foi retornar a essa cidade. Pela primeira vez em seis anos minha alma voltou. Isso talvez seja pelo fato dela ter saído por completo a pouco [e só descobri por conta de minha vinda].
Andar pelas ruas de uma cidade tão familiar e se sentir tão alheia é um tanto quanto estranho. Me senti realmente de fora, pior me senti como se nunca tivesse estado dentro! Não encontrei os mesmos cheiros, os sabores estavam diferentes [exceto o da coxinha de frango da Pepita, essa é imbatível] , nem a chuva que dava um charme todo especial a cidade agora a deixa engarrafada e sem graça. As janelas do Misailidis eram maiores ebonitas. Os filmes do cinema não eram tão atrasados!
O Cine Theatro Central [esse merece um parágrafo a parte] lindo, com a mesma imponencia, vazio, sendo montado me levou a um mundo que não existe mais. O vibrante Ballet e toda sua correria e gana por por um espetáculo feito por nós se transformou em um plácido "adajo". Fiquei sentada na platéia por alguns minutos olhando cada escultura e afresco, testemunhas de tantas alegrias vividas ali. Foi uma onda forte, que pela primeira vez não me afogou.
Mas no meio de tanta estranheza, tiveram coisas que me trouxeram grande conforto e sensação de pertencimento: meus amigos. Todos estão diferentes, adultos, os dois e eu deixaram nomes pela estrada e em contrapartida carregam muitas outras coisas consigo. O encontro desejado por todos durante tantos anos nos fez retomar os nomes por algumas horas sem deixar cair todas as outras coisas que pegamos. A saudade é tão grande que não dará tempo de saná-la... não sei, só sei que é bom tê-los.
Estava precisando dessa vinda para retomar o prumo. Me procurei em alguns lugares, não me encnotrei - só que por sorte há outros lugares que mudam e nos levam junto. A mão de um amigo, o braço de outro e nem importa tanto mais se os meus pontos de referência estão com um gosto meio estranho, se andam sendo pintados e derrubados por aí porque eu sei que tem gente com boa memória podendo me ajudar sempre.

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