quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dadá


O quarto na penumbra da luz azul vinda não se sabe de onde. A outra é lá do corredor, caso contrário ficaria muito escuro. Depois de tudo feito, mas não acabado, o corpo deitado sobre o outro corpo.
- Sente como meu coração bate forte
- Estou sentido. É bom de sentir.
A música no rádio é mero pré-texto, ninguém escuta, simplesmente está exercendo sua nobre função de ser ignorada. Para que um dia toque novamente em Zurique ou Moçambique; Paris ou Londres... não precisa tão distante, basta em Juiz de Fora ou BH e a frase volte. [É bom de sentir].
Se apegar não pode, entretanto a toalha está lá, pendurada ao lado da outra para deixar a marca.
Sexta eu volto, passamos o dia juntos. Você diz isso porque ainda não somos namorados. Ah! Então vamos namorar? Vou acabar me mudando para cá. Ia adorar!
Tantas frases soltas, mas tantas frases agradáveis. O mau humor foge ao vê-la. Passa longe. O riso toma conta de tudo, bem como o cheiro de chocolate do creme de corpo da morena mais linda.
Não interessa o futuro. Pela primeira vez a solidão passa longe da porta da dona da casa. E se ela voltar, pelo menos ela se divertiu. De verdade, como nunca.

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