quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Reconciliação


- É senhor Otto não há mais jeito, já não se pertence por completo. Eu ,Ana, tenho metade de seu coração e de sua alma, bem como eu já não sou minha por inteiro. Você também tem metade de meu coração e de minha alma. Caso fiquemos longe um do outro, morremos. Disse Ana sorrindo em um tom de deboche.
- Você acha? Disse Otto de forma vazia.
- Tenho. Absoluta.
- Se você acha...
Ela se calou, não ia entrar nesse mérito. Ambos sabiam que essa era a verdade absoluta. Uma poucas das que existem no mundo. Principalmente depois do que ocorrera nos últimos dias. Passaram uma semana infernal, de uma hora para outra tudo voltou ao mecanicismo de outrora, a beleza se tornou superficial e a vida ficou apenas a sucessão de dias – um após o outro, sem um sentido maior.
A reconciliação não foi das mais calorosas, mas não significa que não fora das mais bonitas. Na lanchonete onde freqüentavam sempre freqüentaram para sonhar desta vez foi para conversar, acertar os ponteiros – como dizem por aí, mas em alguns minutos o passado foi, e pronto. Virou passado. O que importava ali era apenas novamente eles dois.
Os planos de casa, filhos - tudo ali naquela lanchonetezinha do centro da cidade.

Um comentário:

  1. "today is just a day fading into another
    and that can't be what a life is for...

    but anytime it rains she just feels a lot better
    and that's all that really matters to me"

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