quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Anna e Otto


Anna e Otto voltaram àquele lugar que tantas vezes freqüentaram juntos. E mesmo quando acompanhados naquele tempo longínquo pareciam sempre Otto e Anna, somente. Foi bom esse retorno. Otto a olhara com o ardor de início de toda e qualquer paixão, já haviam passado desse momento, agora as coisas estavam mais brandas, mais assentadas, mas não menos conturbadas e não menos forte. O amor é assim mesmo: louco.
Me vê dois açaís completos por favor! Obrigada. E Anna se dirigiu a mesa onde reataram. Tenho certeza que sua alma expandiu para todos os cantos do mundo só por estar ali de novo. Sentou-se e esperou Otto voltar com os band-aids para colocar em seus pés que os sapatos sempre machucavam – ele sempre a salvava com os sapatos.
Ele chegou e tomaram o almoço conversando futilidades comuns que só pessoas como eles conversam. Algumas coisas ditas a fizeram sorrir, algumas possibilidades interessantes nos últimos dias surgiram inesperadamente. Mas isso também lhe trazia medo – e caso o planejado não acontecesse... melhor não pensar nas frustrações agora.O almoço passou depressa, ele riu da revista de filosofia que ela comprara. “Logo com esse título?!” “ Foi isso que me atraiu querido, mas qualquer semelhança entre os fatos é mera coincidência.” Retrucou a jovem .
A confusão na calçada lhes permitia andar mais próximos que o normal. As mãos poderiam se tocar com menos cuidado. Isso agradava, creio, que a ambos. É bom tê-lo por perto, ela quis dizer, mas disse algo mais interessante e que ele nunca tinha ouvido.
É bom retornar aos lugares de origem. É bom ver que as coisas realmente estão como antes, e até melhor. É bom olhar para trás e ver alguém, é melhor olhar para o lado e continuar a ver.

Um comentário:

  1. vim ler todos os textos que perdi.
    ainda não sei como posso ficar sem te ler por tanto tempo, sabia?

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