quarta-feira, 30 de março de 2011


A cama bagunçada não traz mais resquícios nossos. Se resume a montes de lençóis embolados, prontos para serem lavaod. Foi o que restou de nós. Os sonhos, os sorrisos, as mãos escorregadias... o tempo nos fará o vavor de aplacar. E, se não o fizer cabe a nós esse appel. Considere como nosso último ato de união: esquecer-nos juntos e mutuamente. Tudo passa, tudo deixa resquício. De lembranças temos as marcas que deixamos um no outro. Não choraremops, tão pouco riremos; assistiremos as imagens embranquecidas e esfumçadas com um estranho êxtase que sempre nos anestesiava. Seus filhos crescerão, eu terei os meus; a vida seguirá em frente e a sensação de desencontro hora será grande, hora teremos certeza que tudo foi como deveria ter sido. O resultado de nós dois são sonhos e segredos escancarados nos esaçõs públicos da cidade de modo indecifrável. Nem mesmo você ou eu conseguimos ler. Eis a bíblia do caos estampada nos impedindo o esquecimento. Até que os donos dos muros os pintem. Aí então, com os muros brancos estaremos aptos a nos permitir crer que tudo não passou de um sonho estranho que não lembramos todo e se foi realmente sonhado. E como sempre acontece com os sonohs acabam caindo no rio Lethes.

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