quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Cotidiano

Mônica acorda e ainda na penumbra do quarto observa o homem que dorme ao seu lado. Se acomoda em seu peito e sorri levemente. Eduardo, ainda dormindo, move seu braço e a cerca, fazendo com que seu sorriso cresça. Ela fica ali imóvel, respirando devagar tentando entender como tudo aconteceu. E ao lembrar que os culpados eram meros pães de queijo tem que conter a vontade de gargalhar.

Segundos depois se move e começa a acariciar os cabelos , e o acorda sem querer. Percebe, pois como ela, ele sorri ainda de olhos fechados, somente pelo fato de saber de sua presença no lado esquerdo da cama. Em coro soltam um bom dia baixinho.

Enrolam na cama por minutos a fio, embolando as pernas e enroscando as mãos nos cabelos um do outro. Assim a cama vai ficando deliciosamente bagunçada e espaçosa.

Um suspiro precede uma pergunta. Vamos levantar?

Sim, vamos. Espreguiça.

Quer tomar café? Se reacomodando na cama.

Quero. Quer que eu eu faça seu leite? Uai?! Não ia levantar?

Já vou... deixa que eu faço.

E na cozinha eles vão preparando o café-da-manhã. Ele o leite, ela o pão. Conversam sobre coisas triviais, trocam beijos entre os praparativos do desejum. Ele canta músicas que há tempos ela não escuta, algumas nem ao menos conhece.O riso de ambos está frouxo, como dizem por aí, não param de sorrir... lábios; olhos; braços e mãos; pernas e pés; póros.

Mônica só faz admirar cada pedaço desse homem que a conquistou em cinco minutos, às vezes até passa uma nuvem (como ele mesmo diz), se pergunta qual seria o defeito ou até quando esse paraíso vai durar. Se despreocupa no segundo seguinte ao vê-lo parado do outro lado da mesa do almoço.

Eu te adoro, sabia?

Sabia! Você diz todo dia.

Eu te adoro, cada dia mais.

E assim vão passando os dias, trocando carícias e mensagens apaixonadas, como dois adolescentes. Sentimentos nobres são atemporais, e nos deixam assim: bobos, achando graça de tudo e brilho nas trivialidades. Nos deixam incautos, pensando apenas no próximo encontro, sem amanhã.

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